Revista | O último reduto – Wutopia Lab
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O ÚLTIMO REDUTO
–
MAQUETE DE MAQUETES
Como imaginamos a cidade do
futuro? O escritório chinês Wutopia
Lab projetou o primeiro museu de
maquetes do país, numa tentativa
de imaginar como se dará a
evolução das grandes metrópoles
nos próximos anos.

O projeto surgiu a partir de uma encomenda de Li Hui, fundador da Fengyzhu, e foi construído dentro da sede central da empresa chinesa. A coleção faz parte de um arquivo de acesso público que reúne projetos de renomados arquitetos chineses e busca conformar um possível imaginário para a cidade do futuro. As maquetes arquitetônicas resultam muitas vezes em referências tangíveis e ajudam a compreender de forma clara as intenções dos arquitetos, abrangendo tanto os projetos quanto os edifícios existentes.
O museu, denominado The Last Redoubt [O último reduto], adotou como partido arquitetônico a possibilidade de se tornar ele mesmo um modelo em grande escala conformado por peças menores, no lugar de simplesmente oferecer uma grande galeria de objetos expostos. Neste sentido, o espaço de exposição projetado por Yu Ting opera em duas escalas: a escala humana – vinculada ao percurso proposto – e a das maquetes – em relação à sua disposição. Na escala humana, o museu oferece um espaço de exposição principal no pavimento inferior e uma série de passarelas no pavimento superior que proporciona ao usuário um outro ponto de vista sobre os modelos. Quanto às maquetes, uma estrutura de dez prateleiras fixadas às divisórias de tubos de aço constitui os diferentes exibidores.


As paredes do hall de entrada do museu, chamado Stargate, estão revestidas com painéis de vidro, ao passo que o forro foi concebido com um revestido espelhado que distorce a imagem refletida, criando uma atmosfera particular na recepção dos visitantes. A sala principal, que reúne a maioria das maquetes, conta com um ambiente especialmente planejado: inicialmente havia sido proposta a utilização de cortinas para separar a sala em dois espaços de exposição; no entanto, a solução final adotou tubos de aço que suportam as maquetes e produzem um efeito particular sobre a luz natural que penetra nesse espaço, experiência que impactou Ting. Neste sentido, a combinação do espaçamento e o reflexo das peças de aço produz uma iluminação diáfana, que torna o museu semelhante ao espaço interior de uma grande maquete. As relações visuais entre as salas que circundam o espaço principal revelam composições complexas compostas por um jogo dinâmico de linhas e luzes de diferentes intensidades.


O nome das diferentes zonas que conformam o museu fazem referências a filmes e revistas de ficção científica, como “Night Land”, “Visionary City” ou “Arrakis”. O imaginário associado a este gênero foi fundamental para a definição do partido arquitetônico e propõe, ainda, uma forma recreativa de reflexão sobre o futuro, ao experimentar um espaço utópico que permite se aventurar entre a ficção do projeto arquitetônico e a incerteza de como viveremos no futuro.—


1. Hall de entrada
2. Sala principal
3. Sala de exposição
4. Laboratório multimídia
5. Corredor flutuante



