Prática | Barozzi / Veiga
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A maioria dos projetos e obras que concebemos até hoje estavam vinculados com arquiteturas públicas e contextos urbanos frágeis e incompletos.
Nesse cenário, o nosso objetivo foi tentar dignificar o público como um espaço coletivo e definir uma arquitetura específica para esse ambiente. Por essa razão, procuramos produzir de forma contínua uma arquitetura que alcance um equilíbrio entre a especificidade do lugar e a autonomia da forma.
Esta dicotomia irredutível tem guiado o nosso trabalho nos últimos anos e o conduziu gradualmente a uma “monumentalidade sentimental”.
Buscamos uma arquitetura que aspire à gerar dignidade, à identidade e ao sentido de pertencimento aos lugares da vida comunitária cívica – a civitas – através de uma abordagem autônoma, primitiva e povera que possa transcender o momento em que emerge, estabelecendo uma ligação temporal entre passado, presente e futuro.
Entretanto, ao mesmo tempo, existe a necessidade de uma arquitetura que estabeleça uma relação específica com o contexto que a rodeia. Uma arquitetura que seja empática e perceptiva, que transcenda o racional para definir uma conexão baseada em sentimentos com a realidade do entorno.
Na oposição entre monumento e sentimento está o nosso trabalho: uma busca constante pelo sentido de pertencimento a um lugar específico e a todos os lugares ao mesmo tempo.
É uma arquitetura simultaneamente específica e autónoma, íntima e monumental, capaz de preservar a riqueza e a singularidade de cada lugar enquanto descobre as paisagens inesperadas que cada um esconde.