Casa Holmberg

Estudio Borrachia Arquitectos projetou uma casa que mantem vínculos com a tradição arquitetônica argentina dos anos 60.

Fotografia Fernando Schapochnik

A partir dos anos 60, foi realizado na Argentina um conjunto de obras de escala residencial que estabeleceram as diretrizes para a arquitetura doméstica local nos anos seguintes. Esta prática, diretamente relacionada com o legado do Movimento Moderno e o International Style, adotou certas características conforme os recursos disponíveis e a vontade de valorizar a arquitetura regional e as formas locais de habitar, pautados pelo conjunto de arquitetos envolvidos, como Ernesto Katzenstein, Horacio Baliero ou Juan Manuel Borthagaray, para citar alguns. A casa apresentada a seguir gera vínculos com esta tradição, mas simultaneamente estabelece um diálogo com novos modelos através de referências históricas e do mundo contemporâneo.

A Casa Holmberg é uma residência unifamiliar de três níveis localizada na cidade de Buenos Aires e projetada para uma família de quatro pessoas, um casal jovem com dois filhos pequenos. Está localizada em um lote entre empenas e sua implantação se estrutura a partir da conformação de três pátios; um jardim rente a rua, em sentido oeste, funcionando como acesso, um lateral sobre a parede divisória a noroeste onde se encontra um espelho d`água –que cumpre a função de reservatório de agua para uso secundário–, e por último um jardim ao fundo, com piscina e abundante vegetação em concordância com o vazio central verde da quadra em que está inserida.

Implantação
Térreo
1° andar
2° andar
Terraço

As plantas, flexíveis e indivisíveis, permitem que todos os ambientes – sala de estar, cozinha, copa, dormitórios – se relacionem com os pátios por meio de amplas aberturas, aproveitando a ventilação cruzada e utilizando plenamente o reduzido espaço disponível.

Fotografia Fernando Schapochnik
Fotografia Fernando Schapochnik

A casa foi planejada como um prisma de estrutura metálica e de construção a seco, com lajes de steel deck [fôrmas metálicas não removíveis]; paredes divisórias e esquadrias de alumínio.

Fotografia Fernando Schapochnik
Fotografia Fernando Schapochnik

A pele que recobre toda a caixa superior funciona como um brise vertical e constitui, ao mesmo tempo, um grande sistema de circulação de água. Através de alguns dos tubos que compõem as fachadas, há troca de água fria e quente entre dois reservatórios – um na sombra do térreo e o outro sobre o terraço, acima do dormitório principal.

Corte longitudinal
Corte transversal

Essas trocas ocorrem conforme a estação do ano. O reservatório mais alto ainda está conectado a um equipamento de aquecimento por termopainéis, gerando uma envoltória térmica que rodeia a casa no inverno, limitando a perda de calor e propiciando economia de energia. Este sistema produz a imagem final da casa. O conjunto de tubulações de irrigação e de aquecimento funciona também como suporte de ampla variedade de plantas, aves e insetos, transformando-a em um peculiar jardim vertical, um pequeno oásis dentro da cidade grande.

Fotografia Fernando Schapochnik
Fotografia Fernando Schapochnik

La Casa Holmberg foi publicada em conjunto com outras obras de escritórios argentinos na PLOT 38.

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