Cooperativa habitacional La Borda

Com La Borda, Lacol aposta por um modelo comunitário antagônico às produções estatais ou privadas que potencia a interação entre seus habitantes.

Fotografia Cortesia Lacol

O processo que levou à construção do La Borda teve início em 2012, no âmbito de um projeto de recuperação comunitária de Can Batlló, a partir de um grupo de moradores que se articularam e propuseram a implementação de uma cooperativa habitacional para resolver o problema do acesso à moradia. A cooperativa de arquitetos Lacol envolveu-se desde o início do projeto, motivada pela possibilidade de construir uma alternativa ao contexto de crise habitacional em Barcelona. A intervenção da Lacol permitiu repensar a produção da moradia popular e incluir a participação dos futuros usuários no processo de projeto.

Fotografia Cortesia Lacol
Fotografia Lluc Miralles

A aposta da La Borda por um modelo comunitário antagônico às produções estatais ou privadas permitiu superar algumas limitações que são impostas aos projetos de arquitetura.

Axonométrica de implantação

Em primeiro lugar, o medo ao futuro usuário, um virtual desconhecido que limita a possibilidade de pensar mudanças para além de um modo de vida aparentemente padronizado. Em segundo lugar, as lógicas do mercado que reduzem a moradia a um simples e medíocre objeto de consumo.

Fotografia Lluc Miralles
Fotografia Lluc Miralles

A inovação do processo de produção foi decisiva tanto para a definição das diretrizes arquitetônicas que guiaram o projeto como para a sua materialização. Foram identificadas cinco características desse modelo – autopromoção, concessão de uso, vida comunitária, sustentabilidade e acessibilidade –, cada qual responsável por gerar uma resposta que incide diretamente nas decisões projetuais.

Planta tipo
Planta com terraço

O La Borda tenta promover formas de convivência comunitárias que estimulam as interações entre seus habitantes através de espaços comunitários; ao mesmo tempo procura estabelecer vínculos de cooperação no âmbito do trabalho doméstico, pondo em evidência as esferas privadas da vida cotidiana.

Corte transversal

O edifício La Borda contempla 25% de superfície construída dedicada aos espaços comuns, ao contrário dos edifícios multifamiliares convencionais, que costumam destinar apenas 10% e reduzem os espaços de circulação para conectar a rua diretamente com a porta de cada apartamento.

Fotografia Lluc Miralles

Os espaços comunitários têm uma tripla função. Por um lado, dotam o edifício de espaços de encontro e potencializam a relação entre os usuários, gerando âmbitos entre o espaço público exterior e a intimidade dos apartamentos. Também permitem uma economia de recursos ao tornar desnecessária a multiplicação de certas infraestruturas em 28 unidades habitacionais; com isso, impulsionam a sustentabilidade econômica e ambiental.

Fotografia Cortesia do Institut Municipal de l’Habitatge i Rehabilitació de Barcelona
Fotografia Cortesia do Institut Municipal de l’Habitatge i Rehabilitació de Barcelona

O projeto conta com uma cozinha comunitária de 80 m2 – que permite o preparo e o consumo de refeições e funciona como ponto de encontro social – um espaço multiuso coberto de 100 m2, dois cômodos para visitantes, uma lavanderia e uma área central de circulação, estacionamento para bicicletas e terraços exteriores.

Fachada frontal
Fachada posterior

Essa premissa permite redefinir o programa da residência coletiva e adaptá-lo ao modelo de vida que imaginam os futuros usuários. Rompe-se, assim, com o esquema do edifício como uma soma de unidades individuais, para entendê-lo como uma casa compartilhada que dissolve os limites entre o espaço privado e o comunitário.

Fotografia Cortesia Lacol

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